19/12/2025 08:35:00
Evento reúne lideranças femininas e marca criação do Coletivo Guardiãs da Vida
A Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) teve participação central no encontro “Mulheres Brasileiras do Nosso Tempo - Desafios e Oportunidades”, realizado nesta terça-feira (16), na sede da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), em Cuiabá. O evento reuniu magistradas, gestoras públicas, lideranças femininas e representantes de instituições estratégicas para debater o fortalecimento das políticas públicas voltadas às mulheres, o enfrentamento à violência de gênero e a construção de uma agenda feminina coletiva.
A deputada Janaína Riva (MDB), procuradora especial da PEM, disse que o encontro foi fundamental para a troca de experiências, o fortalecimento da empatia e o enfrentamento das desigualdades de mulheres.
“A violência e as desigualdades de gênero atingem mulheres de todas as classes sociais. Quando nos reunimos para debater esse tema em nível nacional, criamos empatia, fortalecemos umas às outras e mostramos que nenhuma mulher está sozinha nos desafios que enfrenta por ser mulher”, afirmou Janaína.
Da mesma forma, a procuradora especial da Mulher, Francielle Brustolin, destacou que o evento amplia a compreensão sobre o universo feminino para além da violência.
“Ser mulher envolve múltiplos papéis e desafios. Momentos como este nos permitem refletir sobre acolhimento, autocuidado e redes de apoio. A Assembleia Legislativa se soma a essa iniciativa para oportunizar aprendizado, conexão e fortalecimento das mulheres”, explicou a procuradora.

Foto: GILBERTO LEITE/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Encontro - Promovido pela Associação Brasileira de Mulheres Juízas (ABMJ), com apoio da Amam e da ALMT, o encontro teve como destaque a palestra da cientista política Débora Thomé, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e autora das obras “Mulheres e Poder” e “Candidatas”.
Débora Thomé explicou que o viés de gênero não é uma questão individual, mas estrutural, presente nas instituições, nas leis e nas expectativas sociais, que historicamente favorecem os homens e limitam o acesso das mulheres a espaços de poder.
“O viés de gênero está na forma como as instituições e a sociedade se organizam, criando expectativas de liderança para os homens e de cuidado para as mulheres. Isso produz desigualdades que se refletem na política, no mercado de trabalho e também na violência, que começa no ambiente doméstico e pode culminar no feminicídio”, afirmou a pesquisadora.
Ela também alertou para dados preocupantes, como o alto número de registros de violência doméstica envolvendo meninas e adolescentes, reforçando a necessidade de ações preventivas e educativas.
Durante a programação, foi formalizado o encontro com a criação do “Coletivo Guardiãs da Vida”, iniciativa que, para unir mulheres de diferentes segmentos em torno da promoção do respeito, enfrentamento à violência doméstica e familiar, a ampliação da participação feminina na sociedade e a construção de um futuro em que nenhuma mulher esteja sozinha, com direito à paz, dignidade e plenitude de vida.

Foto: GILBERTO LEITE/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A presidente da Amam e da ABMJ, juíza Jaqueline Cherulli, destacou que o encontro simboliza um momento de maturidade do movimento feminino no país, especialmente quando a ABMJ completa nove anos e a Associação Nacional de Magistradas, que a antecedeu, 33 anos de atuação.
“Reunimos mulheres líderes que atuam politicamente e institucionalmente para formar um coletivo que nasce do diálogo, da escuta e da agregação de valores”, disse a presidente.
Ela ressaltou que Mato Grosso enfrenta os dados da violência contra a mulher com transparência e responsabilidade, mas reforçou a necessidade de avançar.
“Mato Grosso não esconde suas estatísticas. Os números são públicos e enfrentados com seriedade, mas essa é uma pauta permanente. Precisamos ampliar as políticas públicas e promover uma mudança cultural profunda para transformar essa realidade”, afirmou.
Francielle também fez um balanço das ações desenvolvidas pela ALMT em 2025, ressaltando a consolidação da Procuradoria como protagonista na rede de enfrentamento à violência de gênero.
“Hoje, a Procuradoria da Mulher conta com estrutura, equipe multidisciplinar e atua diariamente no acolhimento de vítimas. A ALMT é uma porta aberta para mulheres que precisam de orientação, proteção e apoio”, completou.
A desembargadora Clarice Claudino, diretora da Associação Brasileira de Mulheres Juízas (ABMJ), destacou que o debate sobre violência contra a mulher precisa ultrapassar os limites regionais e alcançar todo o país, incluindo a realidade das próprias magistradas, que enfrentam sobrecarga de trabalho e adoecimento emocional.
“A violência de gênero atravessa todas as camadas da sociedade.
Muitas mulheres, inclusive magistradas, vivem sob múltiplas jornadas e fortes expectativas sociais, o que impacta diretamente a saúde mental. Trazer esse debate é essencial para despertar a consciência, reconhecer o problema e buscar soluções que preservem a vida e a saúde das mulheres”, afirmou.
A procuradora da ALMT Fernanda Amorim destacou que encontros como esse fortalecem a construção de redes de apoio entre mulheres e ampliam o acesso à informação e à proteção institucional.
“Quando as mulheres se conectam, elas ampliam suas chances de acesso ao apoio e à proteção, o que reflete diretamente na efetividade das políticas públicas”, avaliou.
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