Startups brasileiras mostram em Dubai inovações que vão do varejo até medicina e agro

Dubai – Paralelo à GITEX Global 2025, um dos maiores eventos mundiais de tecnologia, inovação e inteligência artificial, Dubai sediou também na semana passada a Expand North Star, uma vitrine de startups que serve como ponto de encontro entre os desenvolvedores de soluções e investidores.

E o Brasil foi um dos destaques, não só pelas cerca de 50 empresas presentes no pavilhão organizado pela Apex Brasil, mas também por mais um vez concorrer ao prêmio Supernova Challenge 2025, uma competição de pitch com 10 finalistas entre as startups mais inovadoras do mundo.

A exemplo da feira do ano passado, a startup brasileira Hubee, com solução de design e tecnologia criativa, representou o Brasil na competição de pitch. Fundada por duas mulheres, a Hubee tem como objetivo conectar talento e tecnologia para ajudar marcas a escalarem a produção de materiais criativos.

Com mais de 75 mil entregas realizadas, a empresa atende marcas como Onfly, RD Station e Arezzo, além de expandir sua atuação internacional com clientes em Dubai e Arábia Saudita, incluindo In5, Deyaar e Winclex.

Durante o evento, a Hubee apresentou o Hubee AI Studio, sua nova solução global — a primeira plataforma do mundo a unir marcas, criadores e inteligência artificial com autenticidade humana. A ferramenta, atualmente em fase beta, quer redefinir o futuro da produção de conteúdo visual, combinando criatividade e eficiência tecnológica em um mesmo ecossistema.

“O Hubee AI Studio nasce para ampliar o que a gente já faz de melhor: unir criatividade e tecnologia para acelerar marcas no mundo inteiro”, disse Elaine Colombo, cofundadora da Hubee.

A cofundadora Samar Ghattas, que fez a apresentação do case para um grupo de 7 jurados, afirmou que a nova presença na premiação reforça o papel da empresa na consolidação do ecossistema brasileiro de inovação e sua crescente relevância no cenário internacional. “Esse reconhecimento ajuda a posicionar o Brasil como um polo de criatividade e tecnologia, além de abrir novas conexões com investidores e parceiros globais”, destacou.

A Hubee tem planos de estabelecer uma operação nos Emirados Árabes Unidos e segue expandindo sua presença global. A próxima parada será Singapura, em uma missão organizada pela Embaixada do Brasil, com foco em fortalecer parcerias e preparar o lançamento internacional do Hubee AI Studio.

Veja abaixo outra startups brasileiras que estiveram na a Expand North Star em 2025

Flowix – Mapeando a jornada (e o cliente)

O Flowix é uma startup fundada há 6 anos e que busca ajudar ao varejista a entender o comportamento dos clientes em lojas físicas. A solução utiliza câmeras convencionais e Inteligência Artificial, permite analisar várias métricas de comportamento do consumidor, como a atratividade da vitrine, a proporção de homens e mulheres por faixa etária, e o humor durante a experiência de compra. Também mapeia o comportamento de cada perfil de cliente dentro da loja, identificando suas áreas preferidas e os caminhos percorridos, além de gerar mapas de calor segmentados por gênero e idade.

“A gente consegue medir toda a jornada do cliente dentro da loja, desde o momento em que ele entra até o momento em que ele sai. Isso ajuda o varejista a proporcionar uma melhor experiência, que a gente entende que é o principal diferencial da loja física em relação aos canais digitais, além da eficiência operacional no ponto de venda”, afirmou ao InfoMoney Marcelo Zucareli, fundador do Flowix Customer Metrics.

SleepUp – Saúde do sono democratizada

A SleepUp é uma plataforma de terapia digital voltada para o monitoramento, diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono e doenças neurológicas. Renata Redondo Bonaldi, CEO da startup, o dispositivo é uma opção muito mais confortável e conveniente para quem precisa fazer uma polissonografia, uma vez que isso pode ser realizado no próprio domicílio do paciente. Com uma leve faixa colocada na cabeça – um eletroencefalograma portátil — e um oxímetro em formato de anel que capta dados como pressão sanguínea e estágios de sono, o diagnóstico fica mais rápido. “Nossos algoritmos fazem toda a mágica e geram um PDF com um relatório técnico, dizendo se a pessoa tem ou não chance de apneia”, explicou.

Fine mapeia grãos com ressonância magnética

A Fine Instrument Technology é uma agritech de São Carlos que está no mercado desde 2015 e que começou anos antes fazendo ressonância magnética nuclear para diagnósticos médicos. A tecnologia mudou o foco para equipamentos industriais de RMN para o agronegócio. Desenvolvendo junto com a Embrapa um equipamento que usa a ressonância magnética para analisar grãos e derivados. “É voltado um pouco mais para a indústria, mas também pode ser utilizado pelo produtor porque o equipamento analisa a qualidade do alimento”, disse Daniel Consalter, CEO da Fine.

O executivo detalhou que é uma inovação com muita utilidade para traders, uma vez que consegue, por exemplo, mapear o teor de proteína e até umidade do grão. “A China, por exemplo, gosta de comprar uma soja com menos umidade. Quem processa o grão e produz óleo vegetal, pega os dados processados na nossa nuvem, pode ajustar o processo, deixando-o mais otimizado”, explica.

* O jornalista viajou a convite dos organizadores da GITEX Global 20225 e Expand North Star

Foto: Roberto de Lira/InfoMoney

Por: Roberto de Lira / InfoMoney