02/09/2025 08:03:00

Dado como “carta fora do baralho”, turismo corporativo decola em 2025

O Brasil é o 10º maior mercado de viagens e despesas corporativas do mundo

Dado como “carta fora do baralho”, turismo corporativo decola em 2025 - Notícias - Mato Grosso digital

O mercado de viagens corporativas, que enfrentou dificuldades durante a pandemia, apresenta recuperação no pós-pandemia, com crescimento no faturamento e na movimentação. Dados recentes indicam que a retomada dos eventos presenciais e a adoção de novas tecnologias têm contribuído para o avanço do setor, que se mantém relevante para a economia e para as organizações.

 

A última carta setorial do conselho de turismo da Fecomercio-SP, divulgada em junho, trouxe os dados do Levantamento de Viagens Corporativas da FecomercioSP e da Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), que apontavam para um gasto de R$ 12,8 bilhões em março e um acumulado trimestral de R$ 32,7 bilhões, recorde da série história iniciada em 2011.

 

Segundo a carta, é verdade que esse aumento se dá em grande parte pela inflação nos hotéis, com a tarifa média encarecendo a uma média de 15,9%, mas a manutenção da agenda de eventos também ajuda a explicar a alta nas viagens corporativas.

 

Esse movimento, que vem ocorrendo desde os primeiros anos do pós-pandemia, se reflete nos números da VOLL, empresa especializada em gestão de viagens e gastos corporativos, compartilhados com exclusividade com o InfoMoney.

 

Em 2019, antes da pandemia, a VOLL registrou um faturamento de R$ 202 milhões. Para 2025, a expectativa é que o indicador feche em R$ 1,7 bilhão. O crescimento pode ser explicado pelo aumento de usuários cadastrados no aplicativo da VOLL, isto é, funcionários das empresas que são clientes da plataforma, que hoje somam 850 mil, sendo que em 2019 eram 300 mil usuários cadastrados. As transações registradas mensalmente no app da companhia também disparam no período: de 200 mil para 540 mil.

 

“Este mercado tem demanda infinita”, afirma Luiz Moura, cofundador e Diretor de Negócios da VOLL, e conselheiro de turismo da FecomercioSP.

 

Em 2024, os gastos com viagens e despesas corporativas bateram US$ 1,46 trilhão, cifra superior ao resultado do pré-pandemia, segundo a Global Business Travel Association (GBTA), e a expectativa é que chegue a US$ 1,57 trilhão neste ano e ultrapasse US$ 2 trilhões em 2029.

 

Segundo o último relatório da associação, divulgado em julho de 2025, o Brasil é o 10º maior mercado de viagens e despesas corporativas do mundo e os gastos até o momento neste ano, na casa dos US$ 30,5 bilhões, já cresceram 2% em comparação com 2023.

 

“Com a acelerada adoção de novas tecnologias para gestão de despesas e viagens corporativas, a perspectiva é que o segmento continue evoluindo de forma cada vez mais acelerada”, avalia Moura.

 

Durante a pandemia, popularizou-se a crença de que o “trabalho de escritório”, como jurídico, administrativo e de comunicação, estavam fadados ao home office e às chamadas de vídeo.

 

Um dos casos emblemáticos do período foi a plataforma de videochamadas Zoom, que apresentava crescimentos na sua receita consistentemente na casa dos 100% e em alguns trimestres chegando perto dos 400%. A empresa que faturava menos de US$ 200 milhões a cada trimestre até 2019 chegou na casa de US$ 1 bilhão em menos de dois anos.

 

Só que uma espécie de platô de crescimento parece ter sido atingido pelo Zoom. No último trimestre a companhia informou uma receita de US$1,17 bilhão, alta de 2,9% em relação ao ano anterior.

 

A máxima das ações do Zoom, que são listadas na bolsa norte-americana Nasdaq, foi registrada em 18 de outubro de 2020, quando o papel fechou a sessão em US$ 559. Ontem (21) as ações encerraram o pregão perto de US$ 73.

 

Cultura organizacional mudando

Além dos números, o mercado de viagens corporativas também reflete mudanças nas dinâmicas de trabalho e cultura organizacional. Daniel Spolaor, sócio e CEO da empresa de capacitação personalizada para organizações e profissionais Koru e ex-diretor de recursos humanos da Ambev, destaca que o turismo corporativo tem um papel fundamental nesse novo cenário: “O turismo corporativo é essencial para que as pessoas estejam juntas em momentos importantes, como convenções e planejamentos, que fazem parte do rito corporativo e voltaram com força após a pandemia.”

 

Spolaor ressalta que a cultura organizacional, que hoje é gerida de forma muito mais intencional do que outrora, depende de algum convívio presencial entre os colaboradores e aponta que as viagens estão diretamente ligadas às iniciativas de desenvolvimento profissional. “Quase todos os nossos programas de capacitação são híbridos ou presenciais, o que mostra que o turismo corporativo acompanha a retomada do desenvolvimento pós-pandemia”, diz.

 

 

 

Foto: CHUTTERSNAP/Unsplash

Por: Maria Luiza Dourado / InfoMoney.

 

 

 

 

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