Negócios

05/12/2025 08:11:00

Aposta da JSL no e-commerce dá sinais na Black Friday; aquisição da FSJ muda projeção

Operação da companhia relacionada a Black Friday deve crescer 30% em comparação aos meses anteriores, acima do incremento de compras digitais do período

Há pouco mais de três anos, o crescimento da Black Friday não fazia muita diferença para a JSL. Antes da aquisição da FSJ, em 2023, a companhia não estava exposta ao mundo do e-commerce. É um cenário que começa a mudar. Para este novembro, a companhia de logística projeta um crescimento superior à média das vendas online registradas para a data.

Estimativas de consultorias do setor indicam um aumento entre 14,7% a 17% em compras via digital durante a Black Friday, enquanto a JSL projeta um incremento de 30% nas operações relacionadas ao e-commerce no período, comparado aos meses anteriores do ano. “A Black Friday é um catalisador que impulsiona de 20% a 30% deste mercado. Estamos cada vez mais inseridos neste negócio, então acabamos surfando a onda”, conta o CEO da JSL, Ramon Alcaraz. Entre novembro e a primeira semana de dezembro, ainda influenciada pela Black Friday, a empresa espera transportar 2,5 milhões de pacotes.

Até a aquisição da FSJ Logística, em 2023, a exposição da JSL ao crescimento do e-commerce no Brasil era mais indireto, explica Alcaraz. Embora a companhia se beneficiasse da demanda por logística na cadeia desde a fabricação até o abastecimento das varejistas, ela não operava diretamente as vendas do varejo online.

“Esta é a importância do M&A. Foi por meio da compra da FSJ, uma empresa nova, muito voltada a essa indústria, que abrimos essa porta”, afirma. O exemplo da Black Friday é emblemático: durante o mês de novembro, o número de viagens feitas pela companhia deve subir de 550 para 765, em uma projeção de rodar cerca de 1,8 milhões de quilômetros. As principais rotas são concentradas nas regiões Nordeste e Sudeste.

Um evento como a Balck Friday, no entanto, ainda não tem impacto significativo nos resultados da JSL, que teve lucro líquido ajustado de R$35,8 milhões no terceiro trimestre. “O e-commerce vem cada vez mais, se tornando algo importante dentro do grupo, mas ainda não é uma fatia tão expressiva a ponto do Black Friday mudar completamente o ponteiro, seja em volume ou resultado”, conta Alcaraz.

Armazenagem

Outro braço com exposição ao varejo digital na JSL, a TPC, dedicada à logística interna e à armazenagem, também estima um crescimento operacional de 30% no mês de novembro. O avanço contra a Black Friday de 2024 deve chegar a 160%, impulsionado pelo volume de itens processados nos segmentos de moda e vestuário, com maior concentração no Sudeste. No last mile — etapa de entrega mais próxima ao cliente final –, a companhia opera com a marca Fadel.

Na Black Friday deste ano, a companhia opera a área de logística do armazém de carregamento de Guarulhos, gerindo todos os produtos importados. “Essa necessidade veio justamente em novembro de 2024, onde houve um aumento elevado de produtos importados, justamente por conta do evento”, conta o CEO.

Dentro de todos os braços da operação da JSL envolvendo e-commerce, a companhia já faz negócios com os principais nomes do setor, como Mercado Livre, Amazon e Shopee.

“Como a JSL começou a fazer negócios com alguns clientes do e-commerce, a Fadel começou a fazer negócios com essa indústria”, conta Alcaraz. “A TPC, especializada na área da armazenagem e a Fadel, especializada no last mile. Com a FSJ pegamos carona no middle mile. O grupo JSL entrou nessa indústria do e-commerce e tem surfado essa onda de crescimento.”

Foto: Divulgação/JSL

Por: Iuri Santos / InfoMoney