05/06/2025 12:31:00

Aliança entre PSDB e Podemos será 8ª bancada da Câmara e 5ª do Senado

Partidos devem oficializar fusão nesta quinta-feira (5/6) visando sobrevivência política, após votação na convenção do PSDB em Brasília

Aliança entre PSDB e Podemos será 8ª bancada da Câmara e 5ª do Senado - Notícias - Mato Grosso digital

A fusão do PSDB com o Podemos levará o novo partido a se tornar a oitava maior bancada da Câmara dos Deputados e a quinta do Senado. Os tucanos oficializarão a aliança com a sigla do Centrão nesta quinta-feira (5/6), após votação dos caciques na convenção partidária realizada em Brasília.

 

No horizonte, está a sobrevivência política da sigla que comandou o Planalto entre o fim da década de 1990 e o começo dos anos 2000.

 

Atualmente, o PSDB conta com 13 deputados, enquanto o Podemos tem 15. No Senado, os tucanos contam com três cadeiras, e os novos aliados somam quatro representantes na Casa. Ou seja, juntos, terão 28 lugares na Câmara, e sete senadores.

 

Oficialmente, a aliança se dá por meio de uma incorporação. Ou seja, é o Podemos quem está sendo absorvido pelo PSDB, pelo menos juridicamente. Extraoficialmente, o acordo é tratado como uma fusão de fato, uma vez que haverá mudança no comando da nova sigla, nova redação do estatuto e até cogita-se trocar o tradicional 45 por outro número na urna.

 

O PSDB está impedido de realizar uma fusão, de acordo com a legislação eleitoral. Como a sigla está federada desde 2022 com o Cidadania, não poderia se fundir com outra, apenas incorporar.

 

A incorporação ocorreu por sobrevivência política. Diante do crescimento de outras siglas do Centrão e da direita, e também da recém-anunciada federação entre o PP e o União Brasil, lideranças tucanas e do Podemos temem encolher ainda mais diante da divisão do fundo eleitoral.

 

Os tucanos são comandados pelo ex-governador de Goiás Marconi Perillo. Ele foi eleito em 2024, após uma longa briga interna com outras lideranças, incluindo o Aécio Neves, hoje deputado por Minas Gerais. Já o Podemos é presidido pela deputada federal Renata Abreu (SP).

 

Ainda não é certo quem presidirá a futura sigla, mas lideranças de ambos os lados preveem disputas internas no horizonte para definição da nova executiva.

 

A derrocada do PSDB

O partido amargou sucessivas crises, principalmente após a derrota de Aécio para Dilma Rousseff (PT) na disputa pela Presidência em 2014. Na eleição de 2018, perdeu representação para a nova direita, comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sequência, brigas internas pelo comando da sigla levaram a debandadas de lideranças.

 

Os tucanos tiveram um presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2003. O partido também chegou a ter uma bancada de 23 senadores na 51ª legislatura, entre 1999 e 2003. Na eleição de 2022, não conseguiram sequer ter candidato à Presidência da República, e ainda perderam o comando do governo de São Paulo, após 28 anos consecutivos ocupando o Palácio dos Bandeirantes.

 

O último sinal da derrocada do PSDB ocorreu em 2023, quando perdeu até o direito a ter liderança no Senado e foi despejado do privilegiado gabinete tradicionalmente ocupado pela sigla, localizado no Salão Azul da Casa.

 

Nesse momento, a bancada encolheu para apenas um senador. O regimento determina que é preciso uma bancada de pelo menos três representantes para haver líder e liderados. Hoje, os tucanos voltaram a ter três assentos.

 

 

 

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por: Augusto Tenório / Metrópoles

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